segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Em dez anos, o currículo de papel estará morto

É o que pensa Erik Qualman, vice-presidente global de marketing digital da EF Cursos no Exterior.

Fonte: Jornal Globo dia 16/08/2012. 
RIO - Falta dar atenção ao LinkedIn, rede social voltada para profissionais. É o que pensa Erik Qualman, autor do best-seller “Socialnomics: como as mídias sociais estão transformando a forma como vivemos e fazemos negócios”. Em entrevista ao Boa Chance durante o evento Careers Beyond Borders (Carreiras além das fronteiras), promovido pela EF Cursos no Exterior em Manchester (EUA), o americano, que também é vice-presidente global de marketing digital da empresa, falou sobre estratégias para conseguir um emprego na era digital e antecipou a extinção do currículo tradicional.

O Globo: Por que não se fala tanto sobre o LinkedIn?
Erik Qualman: Acredito que a ferramenta seja subestimada. E as pessoas acabam falando pouco sobre a rede porque estão mais familiarizadas com o Facebook e com o Twitter, mais usados pela mídia. O LinkedIn parece menos sexy. Mas, para mim, tem muito apelo. Tanto que suas ações na bolsa vão muito bem e que o site não é bloqueado na China. A rede tem uma visão de longo prazo e vai acabar substituindo o currículo tradicional.

Quando isso acontecerá?
Qualman: O momento em que o currículo tradicional será extinto em cada país vai variar. Mas em países mais desenvolvidos tecnologicamente, como Estados Unidos e Brasil, diria que o currículo de papel estará completamente morto em dez anos. Em alguns lugares e para cargos específicos, como diretor de marketing, ele já está morto. Se quero contratar alguém da área de tecnologia, vou para o LinkedIn.

Até que ponto não ter perfil no LinkedIn é prejudicial à imagem de um profissional?
Qualman: Isso também varia de acordo com cada categoria profissional. Para um cargo na área digital, se você não está no LinkedIn, tem muito menos chances de ser contratado. Para outros setores, talvez ainda não seja tão ruim não estar na rede, mas, definitivamente, mostra que existe um gap entre o profissional e o mercado. Muitas pessoas ainda não enxergam que, se você tem um perfil no LinkedIn, terá vantagens em relação a quem não está lá. As recomendações no site certamente chamam a atenção do recrutador.

Mas como usar de maneira adequada a rede social? É preciso entrar todos os dias, como a maioria das pessoas faz com o Facebook?
Qualman: Estaria mentindo se dissesse para entrar todos os dias. Ninguém tem tempo para isso. Mas digo para entrar no LinkedIn o máximo possível. O segredo é ativar sua rede de contatos antes de precisar efetivamente dela. Porque pega mal entrar em contato com alguém só quando se precisa de um emprego ou de um parceiro de negócios. Construa o relacionamento ao longo do tempo.

E como fazer isso?
Qualman: Um bom exemplo é, a cada dois meses, recomendar um artigo para alguns de seus contatos. Tente manter o relacionamento ativo.

Adicionar o recrutador ou um chefe em potencial é uma boa estratégia para conseguir emprego?
Qualman: Por trás de todas essas ferramentas digitais, estão seres humanos, então é preciso avaliar cada situação e usar o bom senso. Em alguns casos, adicionar o recrutador ou o futuro chefe no LinkedIn pode funcionar, mas é preciso ser cuidadoso.

Qual é o segredo para administrar as contas em redes sociais?
Qualman: Muitas pessoas escolhem ter uma conta no LinkedIn para fins profissionais e outra no Facebook para uso pessoal. Apenas em 10% dos casos ter dois perfis no Facebook dá certo, porque é conteúdo demais para administrar, além de simplificar as coisas, especialmente para quem está procurando uma vaga no mercado .

Os perfis no LinkedIn tendem a ser parecidos. Como se destacar?
Qualman: Recentemente, a rede adquiriu a companhia SlideShare, que fornece plataformas de compartilhamento de conteúdo profissional. Assim, agora é possível adicionar apresentações em PowePoint e vídeos. Quanto mais informação diferenciada uma pessoa incluir, mais chances ela terá de se destacar. Adicionar informações pessoais, como hobbies e links para blogs também é positivo, pois ajuda a mostrar que a pessoa não é apenas uma estatística.


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